Revolução Cubana

Revolução Cubana foi o primeiro movimento que conseguiu resultados positivos contra a hegemonia norte-americana no continente.

Após a Guerra de Independência (1895-1898), Cuba tornou-se independente da Espanha. Desde então o país esteve muito ligado aos Estados Unidos. Tornou

Fidel Castro, líder do movimento de libertação”26 de Julio”

-se um protetorado norte-americano, quando a Constituição de 1901, aceitou a inserção da Emenda Platt, que dava o direito de intervenção (inclusive militar) aos Estados Unidos. Os norte-americanos construíram uma base militar na ilha – a base de Guantánamo -, que ainda existe. Essa emenda foi revogada em 1934.

Até meados do século XX, não houve mudanças na estrutura econômica de Cuba.  A economia continuava a ser agroexportadora baseada no latifúndio monocultor açucareiro, e a maior parte das terras passou a ser controlada pelo capital estrangeiro, assim como a quase totalidade do setor de serviços, inclusive a rede de turismo (voltada ao turismo estrangeiro).

Cuba tornava-se cada vez mais dependente em relação aos Estados Unidos. Em Cuba, sucediam-se (entre 1930-1940), governos repressivos, envolvidos em corrupção e crimes diversos. Essa situação permaneceu até 1952, quando Cuba era governada pelo ditador Fulgêncio Batista (foi presidente entre 1940-1944), apoiado pelos Estados Unidos. Chegou novamente ao poder em 1952, por um golpe, montando uma estrutura de governo autoritária e corrupta.

O governo de Batista, servia de proteção a todo tipo de negociatas e práticas corruptas dos oficiais do exército, da pequena elite cubana e dos norte-americanos que mantinham negócios em Cuba. Enquanto a grande maioria da população vivia na pobreza. Os seus adversários políticos eram tratados com repressão, tortura e prisão em massa.

Durante o governo de Batista, começou a se organizar um grande movimento guerrilheiro nacionalista, liderado por Fidel Castro. A proposta política de Fidel era derrubar o ditador Batista e acabar com a corrupção. Reuniu um pequeno grupo de homens e tentou tomar o Quartel de Moncada (em Santiago de Cuba), e dominar o restante das forças militares do país. Fracassou no ataque e foi preso.

Dois anos depois, foi solto e exilou-se no México, onde reuniu 82 guerrilheiros e articulou o golpe que derrubaria a ditadura de Batista.

Desembarcaram no litoral de Cuba, em 1956. Houve luta na chegada. O grupo se dispersou só 12 conseguiram escapar e se esconder nas florestas de Sierra Maestra. Entre eles, estava o médico argentino Ernesto Che GuevaraCamiloCienfuengos e Raul Castro (irmão de Fidel).

Do alto da serra, através de rádio, passaram a pregar a luta contra o governo de Batista. Com ataques-surpresa a guarnições do exército e da polícia, foram conseguindo mais armas e munições.

As idéias dos revolucionários conquistaram, sobretudo o apoio dos camponeses e operários, que sofriam com salários baixos, desemprego, falta de terra, doenças e analfabetismo.

O grupo dos 12, em pouco tempo transformou-se numa tropa que causava baixas cada vez maiores ao governo. Os revolucionários aumentavam em número e recebiam o apoio da população rural e urbana.

Os guerrilheiros desceram a serra e se espalharam pelo país, abrindo uma frente de guerra contra o exército de Batista. Nas cidades, grupos de apoio atacavam a polícia e as instalações do exército.

Em 1 de janeiro de 1959, comandados por Fidel Castro, Camilo Cienfuengos e Raul Castro, tomaram Havana e outras cidades importantes. Fulgêncio Batista e membros de seu governo abandonaram Havana. Os rebeldes dominaram Havana em 2 de janeiro de 1959. Um novo presidente assumiu, substituído depois por Fidel Castro, líder da Revolução. O novo governo tomou diversas medidas, entre as quais: reforma agrária, com a expropriação das grandes propriedades; nacionalização de empresas estrangeiras e dos setores-chave da economia, como combustíveis, sistema de comunicações e de energia elétrica (reduzindo as tarifas de imediato); reforma do ensino; para erradicar o analfabetismo, sendo a educação gratuita em todos os níveis. Medidas voltadas para a saúde pública, etc.

Em 1961, Cuba optou pelo socialismo, contrariando os interesses norte-americanos.

Os Estados Unidos reagiram à revolução cubana, com um bloqueio econômico (1959) e um golpe fracassado da CIA, a invasão da Baía dos Porcos, em 1961, por uma força militar treinada e financiada pelos Estados Unidos, formada por exilados cubanos.

A derrota norte-americana fortaleceu Fidel, que diante da ameaça dos Estados Unidos, procurou e obteve apoio da União Soviética e de outros países socialistas. Em maio de 1961, Fidel declarou que Cuba passava a ser um Estado Socialista. Num pronunciamento histórico, afirmou que adotava o marxismo-leninismo e se aproximava da URSS.

Em 1962, houve a crise dos mísseis. O governo de John Kennedy identificou bases de mísseis soviéticos em Cuba. Esse fato gerou uma grave crise internacional. Em outubro de 1962, John Kennedy, empreendeu um bloqueio aeronaval a Cuba. Diante da ameaça dos Estados Unidos, de usarem sua força nuclear, os mísseis soviéticos foram retirados.

Sob influência dos Estados Unidos, a OEA (Organização dos Estados Americanos), expulsou Cuba da organização, determinando seu isolamento político e econômico.

Ao longo do tempo, as reformas promovidas pela Revolução Cubana, mudaram o país. O analfabetismo foi eliminado; as condições de saúde melhoraram; as terras foram distribuídas aos camponeses; as tarifas de transportes e aluguéis reduzidas; a assistência médica e a educação são gratuitas.

Com a crise dos regimes socialistas e a desintegração da União Soviética, Cuba perdeu uma importante fonte de ajuda econômica. As dificuldades da população são grandes, sobretudo em relação ao abastecimento de produtos essenciais.

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